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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O Cruzeiro do Sul

Deitado em minha cama vejo as horas congelarem
Aquelas lágrimas que outrora foram derramadas
Hoje, não passam de lembranças apagadas

Mas o que seria de mim, se eu não voltasse no tempo
No tempo que eu mesmo deixei para trás
Voltando correndo até o momento que não teve perdão
Olhando, chorando, vendo as pétalas da rosa caírem ao chão

Quem dera a dor tivesse me ensinado um pouco mais
Ter coragem de reconhecer que não fui capaz
Aqueles espinhos que sangraram até mesmo a minha alma
E trouxeram a tona a maresia e toda a sua calma
A teia desprezível em um instante se desfez
E as lágrimas no meu rosto surgiram mais uma vez

Eu quero deitar, fechar os olhos e não me importar
Eu quero dormir, abrir minha mente e te ver sorrir
Eu quero acordar, sentir o sol e então me lembrar
Que a chuva caiu, molhou meus cabelos e depois partiu
Que a lua sorrindo me convidou para entrar
E que as minhas lágrimas, agora já esquecidas
Se tornariam lembranças por todo o mar

E agora neste tempo a tanto esquecido
Andando por cada um destes convéis
Procurando por algo que eu mesmo criei
Lendo e relendo cada letra destes papéis

O cruzeiro segue a sua jornada sem fim
Nesta longa caminhada tão solitária, assim
Sem chuva, sem lua, sem um sorriso, enfim
Lá no céu, o cruzeiro do sul ainda brilha pra mim

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